Na sociedade da hipercomunicação global, ainda há muita hipocomunicação pessoal. A transformação mais profunda promovida pela web está certamente nos papéis do indivíduo como emissor e receptor de mensagens. Tanto na Sociedade das Letras como na Sociedade da Imagem esta estrutura tinha uma hierarquia e uma função bem nítidas. Na Sociedade dos Bits, não há mais distinção entre emissão e recepção. Todos comunicam e todos informam a todo o momento para todos. Não há sequer domínio sobre a informação e o conhecimento, e nem os sistemas de comunicação são controlados pelos oligopólios das eras anteriores. Segundo o professor Leandro Marshall: “A multiplicidade de discursos, de mensagens, de vozes, torna a nova Sociedade Global uma grande babel de falas e textos que transforma o mundo numa verdadeira ágora informacional. Quebra-se, com isso, o conceito da comunicação de massa, criado para dar uma falsa ilusão de horizontalidade, e entroniza-se a ideia da cibercultura, onde a conectividade generalizada, sem restrições e ilimitada, torna o mundo um palco permanente de interatividade, fluxo e instantaneidade.”
Hipercomunicação – Análises & Reflexões: …
Marshall McLuhan – 7 Reflexões: … 1) “Não existem passageiros na espaçonave Terra. Somos todos tripulação.” 2) “Para o homem primitivo, a noção de espaço era um mistério incontrolável. Para o homem da era tecnológica é o tempo q tem esse papel.” 3) “A nova interdependência eletrônica recria o mundo em uma imagem de aldeia global.” 4) “Os homens criam as ferramentas. As ferramentas recriam os homens”. 5) “A maioria das pessoas está ligada a um tempo anterior, mas você deve estar vivo em nosso próprio tempo.” 6) “O Meio é a Mensagem.” 7) “Hoje, o tirano governa não pelo cassetete e pelo punho; mas, disfarçado em pesquisador de mercado, ele conduz seu rebanho pelos caminhos da utilidade e do conforto.”
Prof. Leandro Marshall – Fragmentos de seu livro: … A) Alguns Indicadores Informacionais da “Aldeia Global”: … 1) 2,7 bilhões de internautas em 2015; 2) 5 bilhões de celulares / smartphones; 3) Volume de tráfego de dados na web igual a 3.000 exabytes (30 milhões de vezes maior do que a informação contida em todos os livros já escritos em toda a história da humanidade); 4) Facebook tem 728 milhões acessos diários ; 5) 1.000 livros publicados no mundo / dia e o total do conhecim. impresso duplica a cada 8 anos; e 6) 11,8 horas de informação diárias.B) Sociedade das Letras: … A chamada Sociedade do Conhecimento nasceu no distante século 15 graças à invenção do ourives alemão Johan Gutenberg. Ao criar a prensa de tipos móveis, este modesto alemão desenvolveu uma técnica fundamental para o desenvolvimento das artes, das ciências e das letras, arrancando a humanidade daquela que parecia ser uma interminável idade das trevas. A produção e a reprodução massiva de livros proporcionaria, a partir dali, a construção de uma era de esplendor intelectual e de uma riqueza cultural e artística. O registro das idéias e sua memória social espalharam um sentimento de independência e de autossuficiência da razão humana para desvelar os segredos da realidade e permitiram, enfim, ao homem tornar-se o verdadeiro senhor da natureza e da história. C) Sociedade das Imagens: … Um por um, os novos aparatos tecnológicos inventados desde o século 19 permitiram a edificação e a hegemonia da sociedade da informação audiovisual a partir de meados do século 20, competindo com o universo das letras e destronando o livro como o grande astro da civilização. A telegrafia sem fio, criada por Marconi em 1895 iniciaram a comunicação eletrônica. As tecnologias eletrônicas de comunicação e informação estabeleceram uma nova esfera pública e conduziram a sociedade a reformar todo seu modo de vida. Do universo das bibliotecas e das escolas, o sujeito moderno tornou-se o protagonista de uma nova condição social da humanidade. Os homens passaram a saber ao vivo e a cores tudo o que acontecia em todos os lugares do mundo, acompanhando visualmente novos povos, novas culturas e novas tradições, pela “caixinha mágica” chamada da televisão. D) Sociedade dos Bits: … Embora tenha começado a nascer nos anos 1950, com a Arpanet, nos Estados Unidos, a Internet tornou-se uma tecnologia efetiva somente a partir dos anos 1990. Graças aos esforços de uma série de aparatos eletrônicos, como o PC, o transistor, o chip, a comutação de dados, a fibra ótica [o computador foi criado por em 1941 por Alan Turing e M. Neuman. A máquina tinha o objetivo de decifrar os códigos secretos dos alemães durante a segunda guerra mundial. O transistor foi inventado em 1948 pelos norte-americanos John Bardeen, Walter Brattain e William Bradford Shockley, que acabaram recebendo o Nobel de Física em 1956 pela invenção. O primeiro PC foi criado por Ted Hoff, da Intel, em 1971. A revolução do PC explodiu no final dos anos 1970 e início dos anos 1980 quando a empresa Apple embarcou milhares de micros para o mundo inteiro. A fibra ótica foi crida em 1955 pelo indiano Narinder Kapany. Mas a internet só se tornou uma realidade, como a grande mídia do século 21, a partir da invenção do protocolo www criado por Tim Berners-Lee, em 1990.
E) Sociedade da Hipercomunicação: … Como vimos, a humanidade viveu, em pouco menos de um século, três importantes modelos tecnológicos de produção, transmissão e recepção de mensagens. Num primeiro momento, a Sociedade das Letras, e seus signos de erudição e intelectualidade, valorizou a cultura livresca, com suas enciclopédias, seus clássicos da literatura universal e suas bibliotecas. A seguir, a Sociedade da Imagem fascinou a mente e os corações dos homens, liberando a humanidade para sonhar e fantasiar a realidade com os olhos telepresentes e televivenciais do universo audiovisual. E, por fim, a Sociedade dos Bits reencantou o mundo, espargindo novas alternativas virtuais de contato e interação entre os homens, além de proporcionar novos mecanismos rizomáticos e descentralizados de cultura, arte, entretenimento e consumo. Não há dúvida de que nenhum dos três modelos de sociedade desapareceu. Mas também não permaneceu igual ao seu modelo original. O poder das letras e a sedução das imagens fascinam o homem desde o nascimento da civilização e sempre permanecerão presentes enquanto a humanidade existir. Não serão naturalmente nunca mais as mesmas da época em que reinavam sozinhas e absolutas. As letras e as imagens foram reinventadas e reprogramadas e estão agora incorporadas ao mundo irreversível do ciberespaço. Não tem mais necessariamente dimensão, matéria ou relação com o mundo real. São, em certos momentos, a própria representação de um mundo de signos puros, criados para significar e ressignificar os valores e os sentidos que os homens dão aos fatos e às evidências do universo real.
E assim, o novo homem, nascido na confluência das tecnologias digitais da informação e comunicação [ segundo o Prof. Leandro Marshall ], vive o universo real da pós-modernidade, com seus valores relativistas, niilistas, hedonistas, liberalistas e pragmáticos, como um ser destinado a criar novas formas de individualidade e de sociabilidade, de sensibilidade e de razão, de autonomia e de heteronomia. Não há mais um modelo de indivíduo que sirva para enquadrar todos os seres humanos nem há um paradigma rígido para representar o movo modo de vida das sociedades pós-modernas. A relação dos homens com a informação não passam mais por estruturas hierarquizadas, oligopolizadas ou centralizadoras. Nem as formas de conhecimento não são mais estáticas, verticais ou lineares, já que os modos de ler e escrever mudam no ambiente digital e os processos de registro e disseminação do conhecimento não estão mais trancafiados nos espaços sagrados das bibliotecas. Pesquisem Posts: Mundo Líquido Moderno e Pós-Modernidade que complementam esta temática. E deixamos a reflexão: “Afinal nós os cidadãos comuns, estamos vivemos uma Hiper ou uma Hipocomunicação ?”
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