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O auto-exílio de Geraldo Vandré foi, segundo suas palavras, “uma decisão de morar no Brasil – terra que ama, mas não atuar num país que passou a ser culturalmente desconhecido para si”. Pois seu sonho era escrever música popular brasileira – MPB, para a classe média que conhecia.
Mas, ao voltar ao Brasil em meados da década de 70, já encontrou um público q foi massificado pela cultura midiática, com destaque para a TV, naquela época o grande veículo de comunicação.
Para conseguir entender o pensamento e o sentimento do G. Vandré, recorremos à obra de outro grande artista, o criativo e bom cantor Zé Ramalho, com sua música “Admirável Gado Novo”.
Auto-exílio do mito: Geraldo Vandré …
Geraldo Vandré numa entrevista em Fev. 2016, na Paraíba, à TV Itararé, alertou a repórter que as pessoas costumam confundir “Exílio” com “Asilo”. O primeiro é um afastamento voluntário ou forçado, o segundo é quando a pessoa é um perseguido político ou corre risco de morte no seu país e pede asilo numa pátria mais segura. Seu auto-exílio foi uma forma de protesto contra a realidade sócio-política-cultural do Brasil. Foi a maneira que achou, como um cidadão militante e libertário, mas não alinhado a partidos políticos, de manter a integridade de sua arte não-massiva, seus valores morais e éticos. Saiba mais de Vandré.Reflexões e pensamentos do Vandré: …
Geraldo Vandré pode ser percebido como um artista excêntrico, nas entrevistas percebe-se uma inteligência refinada, muito cultura e lucidez. Ele é um artista, livre pensador e um autêntico libertário. A biografia publicada: “Vandré: o homem que disse não” , escrita pelo jornalista mineiro Jorge Fernando dos Santos, que disse: “Paralelamente à história do Vandré, reconstituí a saga política do Brasil desde os anos 1930 – conta Jorge Fernando, para quem “Caminhando” “é a crônica de uma época”. – Vandré dizia: ´Fiz uma canção com dois acordes para ganhar o festival’. A música acabou se transformando num hino, e não era um hino´. Ainda segundo Jorge Fernando: – Atrás da aparente loucura, existe um homem extremamente lúcido que acompanha tudo. Inteligente, egocêntrico, que não se submete. Idéias e reflexões de Vandré captadas no vídeo acima: … Ativismo social: “não existe nada mais subversivo que um sub-desenvolvido erudito” – ao explicar seu interesse atual pela música erudita ao invés de MPB. Arte não é analgésico: Analgésico é feito para curar e a arte é a expressão da própria vida. Utilidade da Arte: A gente fala q útil é uma cadeira, uma mesa, um carro q você usa. O que transcende para a subjetividade, para o reino do sonho, da fantasia geralmente é considerado inútil. Sociedade Moderna: Vivemos numa sociedade para a qual a beleza cumpre uma função secundária e dispensável. Àqueles q se ocupam da beleza, às vezes denominados artistas, tem portanto, uma função secundária e dispensável dentro dos padrões de utilidade social. Beleza e Felicidade: O conceito acima, talvez seja um Nível 1 de consciência da empresa bonita, sem o que não existe homem feliz. A palavra beleza: Vem de belo. E a gente originariamente associa esta palavra a bonito. Mas a origem latina da palavra “belo” significa guerra. Assim a vida é uma espécie de guerra, porque quem está em busca do “belo” está em guerra, às vezes consigo mesmo, às vezes com o outro. O artista quando está no processo criativo, dentro do que acredita e julga ser o “belo”, está numa guerra ou num processo que se assemelha a ela.- Tagged: Admirável Gado Novo, Auto-exílio, Autoexílio, Editora Geração, Geraldo Vandré, Jorge Fernando dos Santos, Vandré, Vandré: o homem que disse não, Zé Ramalho
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