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Existe uma crise ? Sim. Ela é somente do Brasil, de sua economia, de suas empresas ?? Certamente não. Nosso Post “Desconstruindo a Crise”, não quer desconsiderar que há um cenário de crise, e sim colaborar com uma melhor contextualização dele e da palavra. Duas coisas a lembrar: 1) Se tirarmos o “s” da palavra Crise ela vira “Crie”; 2) Desde 2013 que estamos todo(a)s vivendo em torno da “crise”. A força dessa palavra, nesse momento, é tão grande que dispensa até complementos. Mas, há espaço p/ os inovadores !
Diversos e renomados estudiosos reportam que o Sistema Capitalista está em profunda crise. Igual ou superior a crise do comunismo nas décadas finais do séc. 20. O sociólogo Zygmunt Bauman nos diz que: “O séc. XX, com suas conquistas tecnológicas, embates políticos e guerras viu o apogeu e o declínio de um mundo sólido.
A pós-modernidade trouxe com ela a fluidez do líquido, ignorando divisões e barreiras, assumindo formas, ocupando espaços diluindo certezas, crenças e práticas.”
Desconstruindo e/ou Reexaminando a CRISE: …
Ainda segundo Z. Bauman, corroborado por Domenico De Masi – vivemos um interregno de Eras. Ou seja, ainda não saímos do Capitalismo (Modernidade) e nem entramos na “Pós-Modernidade”. E, no “interregno”, não somos uma coisa nem outra. No estado de interregno, as formas como aprendemos a lidar com os desafios da realidade não funcionam mais. As instituições de ação coletiva, nosso sistema político, nosso sistema partidário, a forma de organizar a própria vida, as relações com as outras pessoas, todas essas formas aprendidas de sobrevivência no mundo não funcionam direito mais. Mas as novas formas, que substituiriam as antigas, ainda estão engatinhando. Não temos ainda uma visão de longo prazo, e nossas ações consistem principalmente em reagir às crises mais recentes. A Nova Era que virá será radicalmente diferente da Economia Tradicional, onde os Madoff´s (especuladores financeiros), os Eike´s (empresários não-sustentáveis), os combustíveis fósseis (petróleo) e a degradação dos ecossistemas ditavam “a moda” e os hábitos humanos. Resultado disto: vivemos uma era de stress e depressão. E, por isso também, há tamanho ódio das minorias na Europa e EUA principalmente. Segundo Domenico De Masi: “Falta-nos um Modelo de Mundo.” No seu livro “O Futuro Chegou”, ele situou a causa da depressão, na desorientação. A causa da desorientação, na impossibilidade de distinguir. A impossibilidade de distinguir, na falta de um modelo de referência. Falta-nos então um paradigma capaz de fornecer ao nosso juízo critérios precisos de avaliação e ao nosso itinerário, balizas seguras. Dessa concatenação de causas fiz descender a incapacidade individual e coletiva de projetar o futuro. E quando não somos nós a projetar nosso futuro, outros o projetam por nós, agravando nossa sensação de impotência. Acessem os Posts: “Estamos Derretendo !” e “Desorientação Social” que, certamente aumentará sua compreensão sobre esta temática.CRISE: Verdades & Mentiras
Vamos apresentar 3 fragmentos do bom artigo da Taciana Gouveia, que integra o SOS CORPO – Instituto Feminista para a Democracia e a ABONG – Associação Brasileira de ONGs. Seu artigo de 2014, também com o título de “Desconstruindo a Crise”, aborda MUITO adequadamente o contexto de crise q vivemos e não necessariamente é uma verdade absoluta, pois a autora cita: … …”[ Assim o primeiro ponto que quero destacar é que precisamos desconstruir a unidade em torno do conceito/ palavra “crise” porque dessa desconstrução depende a nossa posição diante dos processos sociais, políticos e econômicos em curso, ou de modo mais amplo “saber em que planeta queremos viver e que humanidade queremos nos tornar.” ( Bensaid,2008). [1]” …”[ Vamos ajustar nossas palavras à gramática que nega sujeitos e nos quer objetos, utilizando idéias como que estamos vivendo numa “crise civilizatória” sem nos questionar sobre de que civilização estamos falando e, mais ainda, o que significa civilização ? Vivemos em algum momento algo que pudemos nomear como civilização para que agora ela esteja ameaçada ? Buscamos civilidade ou uma humanidade onde as relações sejam igualitárias e justas para todas e todos ?Por fim, acredito que precisamos cada vez mais de outras palavras que sejam o suporte, que expressem a nossa utopia, que as fortaleça e produzindo cotidianamente outros sentidos para o mundo. A invenção das possibilidades, assumindo em todas as nossas ações o que dizem Larrosa e Kohan sobre o ato de educar :” educamos para transformar o que já sabemos, não para transmitir o já sabido. Se alguma coisa nos anima a educar é a possibilidade que esse ato de educação, essa experiência em gestos, nos permita libertar-nos de certas verdades, de modo a deixar de sermos o que somos, para ser outra coisa além do que já vimos sendo”[2]”.
Encerramos este Post com: “15 dicas para sua empresa superar de vez a crise e crescer.”
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