Perdoe-me cara Lya Luft é a forma que encontrei de me desculpar com a grande escritora brasileira e gaúcha, por conta de minha falta de conhecimento da grandeza de sua obra como romancista, poeta e cronista. Só recentemente descobri o que minha esposa já sabia desde final dos anos 90, quando lia seus livros avidamente. Minha visão da Lya Luft era bem limitada, eu lia suas crônicas na revista Veja, que muitas vezes misturava-se ao contexto editorial poluído da citada revista. E, assim, a considerava apenas mais uma personagem relevante da boa cultura brasileira. Foi o livro “Perdas & Ganhos” que me fez conhecer um pouco da alma da grande escritora. Para mim foi marcante a preocupação ética desta mulher culta e moderna, num breve texto ela nos diz que: … “O fluxo de dias e anos, décadas, serve para crescer e acumular, não só perder e limitar. Dessa perspectiva nos tornaremos senhores, não servos. Pessoas, não pequenos animais atordoados que correm sem saber ao certo por quê. Se meu leitor e eu acertarmos nosso tom recíproco, este monólogo inicial será um diálogo – ainda que um jamais venha a contemplar o rosto do outro que afinal se torna parte de mim. Então a minha arte terá atingido algum tipo de objetivo”.

PERDOE-NOS – cara Lya : Algumas Reflexões

Perdoe-nos cara Lya por descobrirmos tardiamente a sua alta sensibilidade para o cotidiano do Brasil e mundo, pela profundidade de suas reflexões, pela didática de sua escrita e as boas dicas sobre bem viver. Precisamos TODOS abrir nossos corações às suas sábias palavras, aos seus belos poemas e às boas orientações da escritora, mãe e avó. Parabéns !!!

1) Sobre o livro “Em outras palavras”: Um livro de 2006 onde a escritora compilou 54 crônicas publicadas na Veja com ajustes e melhorias. Na imagem acima, incluímos fragmento do segundo destes artigos. Ela diz ainda que os textos são muitas vezes auto-referentes: o que aproxima o leitor, e o faz pensar, acertadamente, o quanto somos, embora diversos, tão parecidos. As velhas paixões humanas não devem diferir muito das que nos animaram ou devastaram séculos atrás, até milênios: medo e prazer, instinto de morte ou de sobrevivência, afeto e aversão. Desejo de poder, vontade de sumir ou de ser o centro do mundo: tão carentes e às vezes tão plenos. Não sou uma colunista política, mas tendo acesso a uma revista de tal circulação e prestígio, devo, e posso, dividir com os leitores minhas preocupações ou receios com relação à coisa pública, pois ela me atinge como parte deste país em crise. Em outras palavras: novamente peço que venham pensar comigo sobre temas que me inquietam, me apaixonam ou me assustam – o que é afinal quase a mesma coisa. Saiba +++ .

2) “Afinal, quem é Lya Luft?”: Ah, eu queria saber. Ou não quero correr esse perigo? Desde menina, essa curiosidade: quem sou eu, quem somos nós, a família, os amigos, essas pessoas todas, o que faz o vento soprar, as nuvens ficarem vermelhas, a chuva cair, alguém adoecer? (Muito pequena, eu só sabia que morriam passarinhos e borboletas.)  Quero saber, isso me interessa? O que sei, ou penso, é que sou cada dia, cada hora, cada riso, cada pranto, cada golpe, cada perda, cada carinho. Talvez nem queira descobrir, eu que tanto escrevi sobre esse mistério que somos todos nós, mergulhados num enigma infinito, e de vez em quando nos afogando nele. Não sei, de verdade. Saiba +++ .

3) Próximo da Lya Luft. Distante do Corona: É reflexão numa fase onde a pandemia do COVID-19 já apresenta protocolos e terapias que evitam mortes, resultados promissores nas pesquisas e impactos positivos na esperança de muitas pessoas. Estou ainda lendo o livro “Perdas & Ganhos” da GRANDE escritora, mas as 25 primeiras pág.s já foram suficientes para inspirar o Post. Saiba +++ .

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